Resgate da vaidade

Oi, pessoal! Nesta véspera de feriado prolongado no Brasil, quero propor uma reflexão sobre a importância da vaidade na nossa rotina. Preparadas, rsrs? Depois me digam o que acharam!

Bem, durante uma troca de e-mails com uma leitora, a gente falava sobre a vida de casada – e como nos descuidamos depois do casamento. Ela comentou que com o passar dos anos foi ficando meio relaxada e optando por looks mais básicos (abandonou até o salto alto). É aquela história de pegar a primeira coisa que vê pela frente, sabem? 

Comigo o “problema” é o ambiente onde estou inserida: aqui nos EUA ninguém está nem aí se você vai ao mercado de pijama ou com uma melancia pendurada no pescoço. Não tem essa de “se sentir deslocada”, o que de certa forma estimula a preguiça de me arrumar durante a semana só para cumprir as atividades de dona de casa. Porém, o que tem me ajudado bastante é a participação nos desafios de moda do Instagram. Percebi que o trabalho que tenho e o tempo que demoro para escolher uma roupa feia é o mesmo que gasto para montar um look legal – mesmo que seja para as tarefas corriqueiras. 

Na montagem acima, optei pela camisa de onça para tirar a cara “datada” da calça com lavagem ácida. Como ia passear no outlet, escolhi a espadrille de glitter dourado por ser confortável e charmosa.

Abaixo, montei outra proposta hi-lo coordenando alfaiataria com jeans com metalizado. Recorri à camisa clássica com modelagem divertida (colarinho invertido e punho picotado) para combinar com a calça boyfriend toda rasgada. Nos pés, uma sandália delicada em tom ouro velho para fazer um contraponto ao jeans destroyed. Cabelo preso e brincões deram o toque final.

Já na semana passada – cujo tema do desafio era brincar com a terceira peça –, apostei no blazer branco de estrelinhas para ser a estrela do look, composto também pela camiseta da Harley Davidson e calça cargo verde oliva. Achei que ficou um visual divertido e descolado.

Por último, uma proposta que fez sucesso no Insta e funciona para o ambiente de trabalho (achei que fiquei com cara de executiva, mas uma executiva não muito certinha, haha). Comecei pela saia lápis com duas estampas diferentes, o que torna a peça mais criativa. Combinei com uma regata cinza e, por cima, apostei no trench coat azul marinho. Nos pés, nada de scarpin: preferi a ankle boot preta com recortes para dar um toque mais fashion ao visual. Este é o meu jeito de imprimir personalidade a produções muito clássicas.

Concluí que preciso me cuidar mais desde já, pois sei que depois da maternidade (quando isso acontecer, é claro) a tendência é piorar a situação. Tenho amigas que, como mães de crianças pequenas, colocaram-se por último na lista de prioridades. Por exemplo: o filho está sempre arrumado, de roupa nova, enquanto a mãe não compra nada pra ela e se esconde atrás da desculpa da falta de tempo para dedicar-se a si mesma. Tenho receio, porque não quero ser assim!

Acho que um dos grandes empecilhos é o modo como as mulheres em geral enxergam a moda – um universo de futilidade, como se intelecto e vaidade não pudessem caminhar juntos! Mas pensem comigo: nossa roupa é a melhor ferramenta para traduzir quem somos por dentro: criativas e bem humoradas; quietas e clássicas; delicadas e românticas; dramáticas e ousadas... 

Pela minha experiência, sei que não há consultoria, blog ou terapia que resolva se a pessoa não perceber que colocar-se novamente no primeiro plano não significa deixar o filho, o marido, o trabalho ou a casa de lado, mas que é possível conciliar as atividades. Cuidar da aparência não vai resultar em baixa produtividade; ao contrário: é sinal de compromisso e carinho com aquele corpo que corre pra lá e pra cá. Isso tudo é importante para resgatar a autoestima adormecida e fazer desabrochar novamente a linda mulher que está por trás daquela imagem desleixada. Uma dose de amor-próprio só tende a fazer bem – para nós mesmas e para o mundo que nos rodeia!