Curiosidades das leitoras sobre os EUA (parte 2)

Tô de volta para compartilhar mais sobre a experiência de morar nos EUA a pedido de vocês, leitoras! No primeiro post (revejam aqui), escrevi sobre a mudança em si, como foi a minha adaptação e aceitação dos americanos. Agora, vou falar sobre outros tópicos que geram muita curiosidade: comida, plano de saúde e gastos em geral. Acompanhem!

No quesito alimentação, acredito que hoje como muito mais legumes/verduras/frutas do que quando morava no Brasil (a variedade é grande e meu marido é quase um masterchef, kkkk). Apenas sinto falta de mandioquinha, maracujá e manga (esta tem no Walmart, mas o sabor é ruim). Porém, me esbaldo o ano inteiro nas frutas vermelhas, como framboesa, amora e mirtilo. Outra diferença: no Brasil há vários tipos de banana e aqui só tem uma. Em compensação, existe maçã de tudo quanto é jeito aqui – uma pena, porque não gosto, ihihi.

Aqui provei – e ameiiii – a abóbora spaghetti, cuja polpa, quando separada em fios, parece um macarrão mesmo. A gente assa no forno com tomate, alcachofra, cebola, azeitona e queijo de cabra. Fica maaaara!

Como moro perto do litoral, frutos do mar têm preço acessível, cerca de US$ 7 o pound de camarão (que é aproximadamente 500g). Mas não adianta vocês converterem os valores, afinal, a gente ganha em dólar e gasta em dólar. Nossa despesa média com supermercado por mês é de US$ 600, sendo que eu e o marido cozinhamos de segunda a sexta-feira. Agora, duvido que um casal gaste somente R$ 600 no Brasil para se alimentar bem durante o mesmo período. Concluindo: o poder de compras é maior aqui!

Outro dado: de gasolina, são aproximadamente US$ 25 por semana para eu rodar 480km, já que o outlet onde trabalho fica a uns 40 minutos de casa. Acho este valor baixo, porque no Brasil não se enche o tanque por menos de R$ 100, né? Ah, e sou eu mesma que abasteço, haha! Não existe frentista aqui!

Em geral, bens materiais são beeeeem mais baratos, até porque o imposto tem um percentual fixo (baseado em cada Estado), então você sabe exatamente quanto está gastando. Em Mount Vernon (onde moro), pago 8,9% a mais. Entretanto, no Brasil, o imposto está embutido no valor de cada produto (aí passa despercebido). Por exemplo: vi neste site que quase 70% do preço de uma maquiagem importada se refere à tributação! Ridículo! Maaaas nem tudo são flores: já me disseram que o custo de vida no Estado de Washington é alto – e descobri que Seattle (cidade de maior destaque na região) está entre as 10 mais caras dos Estados Unidos para se morar.

Férias 
Felizmente, desde junho do ano passado estou trabalhando e ajudando com as despesas da casa. O bom é que, como o dólar está valorizado perante o Real (tipo 3 para 1), nossa recente viagem ao Brasil foi em conta. Paguei cerca de US$ 1.250 de passagem, o que é um valor razoável, porém tive que me locomover até Vancouver, no Canadá, porque se quisesse embarcar em Seattle mesmo teria que desembolsar o dobro! 

Apesar do choque que levei com os preços nos restaurantes brasileiros, matei todas as lombrigas. Comi tudo o que tinha vontade e me permiti algumas regalias. Os amigos até brincavam: “ahhh, Camila, não reclama, afinal você ganha em dólar”! Mas eu dou valor ao meu suado dinheiro, né? Gastei sim, mas com sabedoria porque só eu sei o quanto me custa ganhá-lo! As pessoas acham que porque moro nos EUA sou rica! Ledo engano...  

Plano de saúde
O pessoal teve bastante curiosidade a respeito, mas já aviso que não sou uma expert no assunto (que é bastante complexo), então vou me limitar a contar sobre o que eu já vivenciei. Bem, aqui não existem “planos”, mas sim seguro saúde – que funciona como o seguro de carro no Brasil, com franquias, coberturas de certas situações e tudo mais. No meu caso, tenho o seguro que foi oferecido pela empresa onde o marido trabalha, então quando vou a consultas médicas minha despesa é de US$ 30 (referente à coparticipação, conforme o que foi contratado). No caso de exames, pago uma parcela e o seguro arca com a maioria (e mesmo assim valores são altíssimos; reparem na foto abaixo). 

Porém, vou repetir uma história que já contei no blog: no início de 2014 tive cólica de rim e, sem saber direito como funcionava a questão de hospitais, fui para a Emergência. Depois de 3h tomando morfina e fazer ultrassom, me deram alta, pois a pedra deveria ser expelida dali a algumas horas. Para minha surpresa, um mês depois chegou uma conta em casa: mesmo com o seguro, tive que desembolsar US$ 1.200 pela “visita” à Emergência! Aí entendi que só vai pra lá quem realmente está correndo risco de morte! Em outros casos, há clínicas de pronto-atendimento, onde o valor cobrado é somente de uma consulta. Mas percebam que aprendi depois de sentir o peso no bolso! 

Vale dizer que aqui não tem saúde pública gratuita, como o SUS no Brasil. Quem não tem seguro não vai deixar de ser atendido em hospital caso precise, mas depois a conta chegará pelo Correio – e com certeza será bem salgada! Dívida é dívida e ela nunca vai desaparecer se não for quitada. Até lá o crédito pessoal estará comprometido, prejudicando, por exemplo, a aquisição de bens (entre outras consequências negativas).

Bom, o post ficou gigantesco e espero que vocês tenham gostado de saber mais sobre minha vida na terra do Tio Sam! Deu pra notar que há vantagens e desvantagens, né? E se vocês tiverem outras dúvidas deixem nos comentários que responderei com prazer! 

Beijos e até semana que vem! 😙

Comentários

  1. Eu amei, adorei. Ah, é muitooooo legal vc falar essas coisas. Tô chocada com a gasolina. Gasto R$600,00 por mês (só pra trabalhar e levar filho na escola. Detalhe: nao vou ao trabalho todo dia. Tem uma parte do meu trabalho que é em casa. Nao sou de sair. A igreja é na outra rua e o shopping a uns 2km ).
    Nunca que eu gasto R$600,00 de supermercado. Jesus!!! To em choque. Mais decepção e tristeza com esse país. E essa do imposto... É melhor eu parar de falar porque eu to com raiva e ainda tenho que ir ali enviar minha declaração de IR pra o leão comer mais. 😖😖

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    1. Eeee, que bom que gostou, Aline! Escrevi o post com carinho e com o máximo de informações que lembrei! Realmente o custo de vida é menor aqui - e a qualidade, infinitamente superior! Porém, a questão da saúde é preocupante (temos sempre que ter uma reserva, porque nunca se sabe...). O excesso de chuva me irrita, a saudade da família também pesa... Enfim, não é perfeito como muita gente imagina, maaas tem grandes vantagens em comparação à vida atual no Brasil!

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  2. De uns tempos pra ca morro de vontade de morar fora. Meu noivo é eng. De computação e daria super pra ele conseguir um emprego nos eua, mas ele falou q "nem pensar" 😞😞😞
    De lqr forma, adorooo ler experiencias em outros países... bjs!!!

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    1. Olá! Que bom que você gosta de ler este tipo de post, pois eu preparei com carinho! E eu super te incentivo a abraçar a oportunidade de morar fora caso ela apareça, pois é uma experiência de vida mega enriquecedora! Obrigada pela visita e comentário =)

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  3. Muito bacana vc falar das delícias e dificuldades de morar fora.

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    1. Que bom que você gostou, Cintia! Acho legal para desmistificar que só existem coisas boas nos EUA! Tem a parte ruim também como em qualquer lugar...
      Obrigada pela visita e comentário! =)

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  4. Adorei os posts, Camila. Como a Aline falou aí em cima, dá muita raiva a gente saber o quanto pagamos de impostos no Brasil. Pena que a saúde é cara aí. Mas aqui os planos de saúde tb estão bem salgados. Sorte que tem o SUS para quem precisa, mas está longe de ser perfeito. Obrigada por dividir conosco a tua vivência aí. Bjo

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    1. Fico contente de saber que você curtiu o post, Josiane (e desculpa a demora em respondê-lo)! Eu adoro escrever sobre a vida aqui nos EUA para passar uma imagem mais real das coisas boas e ruins de se viver aqui. Não é tudo perfeito como o povo pensa não, rsrs. Obrigada pela visita e boa semana =)

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