Um papo sobre cabelo e autoestima

Escrevi este post ao longo de vários dias. Comecei a rascunhar quando estava com os sentimentos à flor da pele depois de fazer as fotos do look abaixo. Descarreguei as imagens no computador e tive vontade de chorar. O motivo? Eu cortei novamente meu cabelo e, pra variar, detestei o resultado. Eu pedi sim um corte curto (pois acho que confere mais atitude e combina com minha personalidade), porém nada saiu como planejado.

Pra vocês entenderem o drama, vou contextualizar o que aconteceu. Precisava refazer a escova progressiva, pois os fios estavam rebeldes e me dando muito trabalho – seja para enrolar com o Miracurl ou deixá-lo liso com chapinha. Com estas ferramentas o efeito ficava bonito, mas demandava bastante tempo e eu prefiro algo mais prático diante da minha rotina corrida. Então, com a ajuda do marido, iniciei a “transformação” aplicando o produto que comprei no Brasil no início do ano, já que a progressiva custa caro aqui. Entretanto, o que economizei fazendo em casa, tive que gastar em dois cortes.

Na primeira tentativa fui ao salão da Ulta Beauty, famosa loja de beleza que tem franquias espalhadas pelos Estados Unidos. Até postei uma foto com o cabeleireiro fashion no meu Instagram, mas o cara parecia ser novato na profissão e não demonstrou habilidades com a tesoura. Pedi um corte assimétrico na frente (um lado maior do que o outro) e, quando ele parou de cortar, mesmo não sendo o que eu queria, deixei quieto porque fiquei com medo dele cortar demais – aí não teria volta. No final, parecia um “erro” e não irregular de propósito.

Na semana seguinte, fui em outro salão para consertar. Li bons reviews do local na internet e arrisquei – só que novamente me decepcionei e o que estava ruim ficou pior. A cabeleireira até demonstrou boa vontade, porém picotou minha nuca, repicando muuuuito mais do que eu desejava. Não sei o que ela pensou em cortar tanto porque não pedi isso! Aliás, sempre levo foto do que eu quero para facilitar e nem assim consigo sair contente. Fiquei arrasada...

A verdade é que eu nem lembro a última vez que me senti bonita depois de uma ida ao salão (mas desta vez bateu o recorde). É frustração atrás de frustração porque não consigo achar um profissional que me entenda. Cabelo é a moldura do rosto e afeta super minha autoestima, pois desde criança eu tenho uma relação complicada com essa parte do meu corpo. Lembro, por exemplo, da minha mãe fazendo touca com grampos antes de eu dormir na tentativa de esticar os fios, pois eles eram enrolados e eu sonhava em ter as madeixas lisas. Quando fiz chapinha pela primeira vez, aos 15 anos, parecia outra pessoa com um cabelão escorrido – quanta felicidade! Até que, com 25 anos, tomei coragem e radicalizei ao cortar curtinho e fazer a escova progressiva. Desde então nunca mais tive medo de passar a tesoura, pois sempre encarava como uma oportunidade de mudança, de poder ver uma nova versão de mim vindo à tona. Porém, já faz tempo que não me sinto 100% satisfeita. 

Em contrapartida, para minha total surpresa, ao chegar na loja onde trabalho a repercussão do meu novo visual foi positiva. Meus colegas não acharam o resultado desastroso – pelo contrário, eles gostaram e disseram que ficou estiloso! Talvez porque em geral o povo aqui é desencanado e não tem receio de brincar com o cabelo, fazendo extravagâncias em cores e cortes. Também ninguém olha torto e fica julgando com cara feia, graças a Deus!

Foi aí que eu comecei a me sentir mal por estar me sentindo mal há dias: e daí que o cabelo ficou ruim? O mundo não vai acabar por isso e não afetará a vida de ninguém! Eu tô aqui, com disposição e saúde (graças a Deus), para me preocupar com coisas bem mais importantes do que isso. Cabelo cresce – e o meu cresce super rápido! Aceita que dói menos, já diz o ditado. Além do mais, eu consegui a praticidade que buscava: agora em menos de 30 minutos estou com os fios lavados e escovados!

Então, apresento a vocês a Camila Vaz dos próximos meses, mais minimalista (e careca) do que nunca:

Eu ainda ei de encontrar um profissional que atinja minhas expectativas. Quem procura, acha! Eu tenho esperança, rs! Ah, e sobre o look acima, foi o que usei para ir ao piquenique de verão da empresa onde o marido trabalha. Naquele dia o tempo estava meio borocoxô, então combinei a nova calça pink avermelhada (o tom na foto ficou diferente da realidade) com a camiseta listrada de manga longa, fazendo menção à moda navy que tanto me agrada. Nos pés, o conforto do tênis branco foi a melhor pedida. Complementei com acessórios prateados (brincões, colar discreto, pulseira e relógio) e pronto! O marido estranhou e até comentou sobre minha simplicidade, mas é que realmente não estava animada para me produzir e, de qualquer maneira, o evento era bem casual mesmo.

Desculpem o post-desabafo, mas eu precisava colocar pra fora os meus sentimentos e o blog é meu diário, rs. A gente se vê novamente na semana que vem!

Comentários

  1. Que pena que você ainda não encontrou um cabeleireiro legal, amiga. O cabelo realmente é importante demais pra gente. Me lembrei que assim que eu pintei de preto meu cabeleireiro, em que eu já havia cortado tantad vezes, fez uma franja de 3 cm. Não ficava franja, só o cabelo picotado e espetado. Realmente é uma sensação horrível. Mas cresceu. Ainda bem que você tem esse olhar positivo e pensa assim, que não é algo também tão grave. E a gente sempre olha com mais rigor do que as outras pessoas.
    Sobre a calça, parece vermelha. Sempre tenho esse mesmo problema quando a calça é pink ou vinho.
    O look está ótimo, está confortável e bonito.
    Um super beijo.

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    1. Aline, eu fiquei arrasada com o cabelo na nuca e cada vez que lavo, seco e olho no espelho tenho vontade de chorar! De frente não parece tão ruim, mas nem tive coragem de postar a foto de como ficou atrás porque realmente está zuado, rs! Porém, não tem o que fazer: é esperar crescer mesmo e tentar acertar, mais uma vez! Fé em Deus que um dia eu consigo achar um bom profissional!
      Fico contente que você gostou do look simplório também! Beijos e obrigada pelo recadinho!!!

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  2. Vc já pensou na possibilidade de assumir seu cabelo natural? Digo isso porque tenho o cabelo cacheado e cresci ouvindo que cabelo liso era bonito e outro tipo de cabelo era ruim e caí na asneira de fazer relaxamento, escova progressiva, etc.. Até que me dei conta que não estava feliz sendo escrava de química a cada 02 meses e hoje após quase 03 anos me sinto muito mais bonita e livre com meus cachinhos.
    Beijos!
    Cintia

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    1. Olá, Cintia! Então... é que eu não me gostava tanto de cabelo cacheado! Por isso que mesmo com todas as dificuldades ainda insisto em ter o cabelo liso... Antes de cortar eu até tentei deixar secar naturalmente para ver como os fios iriam se comportar e definitivamente acho que nem teria saco de esperar a transição acontecer! Admiro quem consegue, rsrs!
      Obrigada pela visita e comentário! Beijãooo

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