Minha rotina com a Annalise

Já faz algumas semanas que minha mãe voltou ao Brasil (depois de ficar 2 meses aqui nos Estados Unidos comigo) e muita gente tem me perguntando como está sendo cuidar da Annalise sem essa “ajuda extra” durante o dia, que é quando o marido está trabalhando... Por sorte, minha filha é boazinha, então acho que estou me virando bem, rsrs. Me sinto segura (na maior parte do tempo, haha) e aos poucos vou aprendendo como lidar com as situações. Uma hora é assadura, na outra cólica, na outra um resfriado, e assim seguimos em frente!

Eu sei que é normal uma mãe ficar sozinha em casa com os filhos, mas a maioria das mulheres tem um familiar por perto, sem falar no apoio de uma faxineira para dar uma mão na limpeza. No entanto, por morar nos EUA, todos os meus parentes estão longe e empregada aqui é artigo de luxo. Sou eu que tenho que rebolar pra dar conta de tudo (sem receber 1 tostão, vale mencionar). 

Mas o pior são os julgamentos de pessoas próximas que acham que eu não faço nada! Ninguém entende ou dá valor... E olha, é um trabalho sem fim! Nosso dia começa com a Annalise mamando por cerca de meia hora. Com a barriga cheia geralmente ela fica de boa (hehe), então aproveito para me trocar, arrumar os quartos e, se tenho que lavar roupa, por exemplo, já coloco tudo na máquina pra bater. Aí volto minha atenção à ela: troco a fralda, ofereço mais leite (como se fosse a “sobremesa”), brincamos um pouco e se ela estiver cansada acaba embalando numa soneca. Nisso, lá vou eu de novo cuidar da casa... Não, não sou aquele tipo de mãe que tira sonecas junto com o bebê. Cada minuto enquanto ela dorme é valioso. 

Em contrapartida, vira e mexe eu ouço: “Camila, desencana da casa... não se preocupe”! Porém, eu não consigo! Óbvio que a prioridade é sempre o bem-estar da Annalise, mas me desdobro para que as coisas estejam no seu devido lugar, que as roupas estejam todas lavadas/passadas/guardadas, que os banheiros estejam limpos. Talvez este meu jeito seja reflexo das cobranças da sociedade e da falta de empatia do mundo...

Naturalmente bate um desânimo de vez em quando e, ao mesmo tempo, também rola dúvidas se sou uma boa mãe, sem falar no sentimento de culpa. Como ouso “reclamar” se tenho uma bebê saudável em meus braços? Que ingratidão! Mas não se trata disso... Eu A-M-O minha filha e não me imagino sem ela, porém quero deixar claro que a maternidade não se resume às fotos fofinhas postadas no Instagram. Lá realmente eu compartilho pouco mesmo, pois como gosto de escrever prefiro relatar minhas experiências e pensamentos aqui no blog. Então não se iluda! É gostoso? É uma delícia! Mas é igualmente cansativo.

O que eu costumo fazer diariamente é elaborar uma listinha com as tarefas que gostaria de realizar. Aí, conforme eu as concluo, vou “ticando” – isso me dá uma sensação boa, de que consegui ser produtiva. Porém, é preciso ter foco – se eu ficar procrastinando, não rola mesmo. Normalmente consigo cumprir o que planejei porque anoto por ordem de prioridade. O “X” da questão é administrar bem o tempo. O inconveniente é que, como a Annalise tem somente 2 meses, seus horários de sonecas não estão 100% definidos. Tem momentos que dorme menos de 1h e em outros chega a 2h30, então nunca sei quanto tempo livre terei.

Em meio a essa rotina tumultuada, ainda preciso lidar com as minhas alterações hormonais e físicas (consequências do puerpério). Felizmente não desenvolvi depressão pós-parto, porém as mudanças no corpo afetaram minha autoestima. Perdi super rápido os quilos que engordei na gestação, mas agora que não trabalho fora e mal saio de casa estou mais ansiosa e o alvo é a despensa (sou chocólatra, né?!). Resultado: já ganhei 2kg! Fico mal comigo mesma, pois queria voltar e manter meu peso de antes da gravidez. Fora a flacidez da barriga, celulite e tals... Meu cabelo também está me deixando louca! Sinto falta da escova progressiva (me gosto mais com os fios lisos), porém enquanto eu amamentar qualquer tipo de alisamento está fora de cogitação.

Enfim, eu resolvi expor tudo isso porque a internet já está cheia de posts romantizados sobre a maternidade – e eu prefiro ir na contramão, mostrando de fato como as coisas funcionam na vida real por meio da minha escrita direta e honesta.

Mais do que nunca eu concordo com o clichê: ser mãe é padecer no paraíso.

Comentários

  1. Amiga, só uma mãe e dona de casa sabe como é difícil tudo isso. Cuidar da casa já é um árduo trabalho, imagina com criança. Quem fala é porque não tem noção. Eu também não dormia com os cochilos do bebê. É difícil mas a gente consegue! Relato real e sincero o seu. É isso mesmo. Um beijo!
    Aline

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    1. É muita coisa mesmo pra dar conta, Aline! Às vezes até fico surpresa em como consigo! De qualquer maneira, julgamentos sempre vão existi, né?! Só quero ter a consciência tranquila de que faço o meu melhor 😊😊😊

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