Curiosidades sobre a vida nos EUA – parte 2

O post de hoje é para responder algumas perguntinhas que recebi por e-mail e nas redes sociais sobre a vida aqui nos Estados Unidos (clique aqui para reler a parte 1). Acho que é uma maneira legal de sanar as curiosidades e mostrar um outro lado a quem me acompanha. Preparem-se porque eu abri meu coração e fiz o post no esquema de pergunta e resposta, como se eu estivesse sendo a entrevistada (o que é estranho, haha, pois como jornalista sempre sou eu quem faz as perguntas):

Onde você mora?
Moro na pequena cidade de Mount Vernon, que tem pouco mais de 30 mil habitantes (!!!) e está localizada no Estado de Washington. Ninguém entende muito bem onde é até ver no mapa, porque rola uma confusão com Washington, D.C. (capital dos EUA). Reparem que estou perto da fronteira com o Canadá e quão longe é do Brasil, pois tenho que atravessar o país inteiro.

Por que você se mudou para os Estados Unidos?
Porque o marido recebeu um convite para trabalhar numa empresa daqui. A gente namorava há quase oito anos, então nos casamos e mudamos para cá. Muita gente já me disse o quanto fomos privilegiados com esta oportunidade, pois é muito difícil (e burocrático) o processo de contratação de um estrangeiro. Como os americanos são patriotas, é como se meu marido estivesse “tirando um emprego” de uma pessoa local.

Por que você não trabalha fora?
Eu não trabalho porque não tenho autorização para isso; somente meu marido. A situação vai mudar quando conseguirmos nosso green card, o que deve ocorrer até o final deste ano. Até poderia prestar Consultoria de Estilo para pessoa física, porém (como já mencionei em outros posts) na região onde moro as pessoas não têm interesse em investir na própria imagem.

Como é a sua rotina nos EUA?
Atualmente sou “apenas” dona de casa, então cuido do blog, das tarefas domésticas, vou ao mercado e ao Correio, pois tenho o serviço de redirecionamento de compra, no qual a pessoa compra em sites americanos os produtos que desejar, manda entregar em casa, eu confiro tudo e reembalo para reduzir o tamanho da caixa (o que diminui o valor do frete) e então despacho para o endereço no Brasil mediante o pagamento de uma comissão. Basicamente é isso: uma vida tranquila e bem diferente da que levava no interior de SP.

Como está seu inglês?
Tenho um inglês fluente, mas não é perfeito como eu gostaria (sou muito exigente comigo mesma). Desde 2013 fiz vários cursos e cheguei até o nível mais avançado. Se quisesse continuar este ano, teria que pagar cerca de US$ 3.000 por trimestre para fazer faculdade, o que não me interessa e nem tenho como bancar. O meu problema é que atualmente passo o dia todo em casa sozinha, não converso com ninguém e sem praticar não dá para avançar muito.
Então, aqui vai uma boa dica para quem pensa em fazer intercâmbio: fuja de cidades onde há muitos brasileiros. Por estar em outro país, a gente tende a ficar perto de pessoas que falam a mesma língua (como um apoio), porém somente sendo obrigada a falar o idioma local é que sua fluência vai melhorar. E foque nos estudos, aproveite a oportunidade e não desperdice o dinheiro investido. Durante os cursos que fiz em 2014, vi muitos adolescentes sem maturidade para morar fora, matando aula ou tumultuando o ambiente. Como era uma das mais velhas da sala, eu pensava no quanto os pais estavam gastando para manter os filhos aqui, enquanto estes só ficavam conversando na própria língua com os amigos conterrâneos e não faziam questão alguma de se comunicar em inglês. Tive pena... 

O você mais gosta e menos gosta do país onde atualmente mora?

Morar nos EUA têm muitas vantagens, a começar pela qualidade de vida. Aqui não tenho a sensação de insegurança que sentia no Brasil. As pessoas largam os vidros dos carros abertos na rua e ninguém mexe. O índice de criminalidade é muito baixo. Cidades pequenas como a minha têm a mesma infraestrutura que os grandes centros, principalmente de comércio. Também penso quão boa será a educação para os meus futuros filhos. Além disso, amo viajar, conhecer lugares novos, diferentes culturas e gente de todo o canto do mundo. É impossível não expandir os horizontes... E é claro que eu não poderia deixar de citar as comprinhas, hehe. Os bens materiais são mais acessíveis ao bolso – e para uma consumista como eu é um prato cheio, rsrs.
Porém, nem tudo são flores. Ao mesmo tempo em que gosto de ficar quietinha, em paz, no conforto do meu lar, tem momentos (principalmente em datas comemorativas) em que a saudade da família e dos amigos bate muuuuuito forte. Esta é, sem dúvida, a parte mais difícil de viver em outro país. Além disso, os americanos não são tão calorosos como os brasileiros, então sinto falta até da vida social que tinha no Brasil.

Você pretende voltar a morar no Brasil?
A gente nunca sabe o dia de amanhã e os planos podem mudar conforme a situação, mas nossa ideia é ficar aqui. Compramos nossa casa ano passado (que eu amo por ser muito aconchegante) e, com o green card, poderei trabalhar, me sentir produtiva e ajudar com as despesas. Tenho um orgulho feminino, sabem? Até porque, ao contrário do que o povo pensa, não é porque moramos nos Estados Unidos que somos ricos! Hahaha, quem me dera!

Acho que é isso, gente! Como todo mundo, tenho altos e baixos, principalmente em relação ao que deixei pra trás no Brasil. Ainda preciso cortar mais os laços com as pessoas – e isso é difícil para mim, mas para o meu marido, por exemplo, é diferente: ele não se importa tanto. Então varia de pessoa para pessoa. Outro ponto que me incomoda no Estado onde moro é o clima: na maior parte do ano, os dias são nublados e com garoa, o que enche meu saco, pois amo calor e céu azul. Porém, não tenho como mudar isso – ou aceito ou vou sofrer para o resto da vida. No fundo, a experiência de mudar de país, ser dona de casa e ter tempo livre me fez conhecer uma outra Camila: aquela que escolhe quais batalhas quer travar, que dá valor a pequenas coisas e que procura enxergar o lado positivo das situações. Prazer, esta sou eu! =)

Comentários

  1. Amei o post! Parabéns pela coragem e sucesso para vocês aí!

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    1. Que bom, Josiane! Bem-vinda ao blog e obrigada pelo comentário! =)

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  2. Oi Cami,

    Só agora tive um tempinho de visitar seu lindo espaço.
    Amei seus posts e seu blog, inclusive o coloquei na lista dos meus preferidos.
    Tenho família em Orlando e nas férias do ano passado estive por lá e foi maravilhoso, pensei em me mudar e tudo, mas dei para trás, pois sou como você, ligada a família e amigos.
    Suuuuper beijo
    E vamos mantendo contato.

    Até mais.

    Anne Barros

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    1. Anne, que alegria ver você por aqui! Kkkkkk, não é fácil mesmo se distanciar de quem amamos, mas a vida é cheia de surpresas, né?! Então, ainda bem que temos o Facetime para matar as saudades do Brasil!
      Um beijo grande e obrigada pela visita! =)

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