Curiosidades das leitoras sobre os EUA (parte 1)

Há algumas semanas, pedi no Instagram e na página do Facebook ideias de posts para o blog e um dos principais temas sugeridos foi a minha experiência de vida nos EUA. Então, cá estou para saciar as dúvidas que vocês, leitoras, deixaram nos comentários!

Para quem ainda não sabe, me mudei para o Estado de Washington em 2013 após meu marido receber uma proposta de trabalho. A empresa onde ele atuava no Brasil estava enfrentando sérios problemas financeiros e por isso acredito que a oportunidade de viver no exterior caiu do céu. Na época, a gente namorava há sete anos e nos casamos no Civil para que eu pudesse ter direito ao visto também e acompanhá-lo nesta nova jornada. Aliás, me perguntaram no IG como conheci meu marido: uma amiga em comum nos apresentou – sem qualquer pretensão, kkkkkk. Naquela dia, fomos em galera para uma balada em Campinas (e detalhe: ele não curte balada, hahaha). Depois de meses nos conhecendo melhor, começamos a namorar e estamos juntos até hoje! 

Sobre minha adaptação à nova realidade americana, devo dizer que tive altos e baixos. Vejam: foi uma grande mudança, porque eu era uma mulher “solteira” que morava na casa dos pais. Daí me casei e fui viver em outro País, no qual eu não falava a língua direito nem podia trabalhar – ao passo que no Brasil tinha dois empregos e era independente financeiramente. Tive que aprender como cuidar de uma casa (eu não sabia fazer nada, admito) e de outra pessoa além de mim mesma. Tudo era novo: dos produtos no supermercado às regras para dirigir e ao excesso de chuvas nesta região (chove na maior parte do ano). Outro exemplo: recordo de ter escolhido minha ginecologista/dermatologista/urologista apenas olhando o perfil delas na internet. E para descrever sintomas quando estava doente? Com a barreira da língua, tudo tem uma proporção diferente e passei muuuuitas dificuldades. 

Bateu o desânimo e vontade de largar tudo? Sim! Mas depois de chorar meu lado racional me lembrava de que minha vida era nos EUA, ao lado do meu marido. Já disse e repito: deixei pra trás meus sonhos (e minha família) para viver esta experiência com ele – e não me arrependo. Cada escolha uma renúncia, entendem? Tem que ter coragem e fé em Deus, sempre!

A parte chata é que Mount Vernon é uma cidade pequena, de 30 mil habitantes, então não muitas opções em termos de lazer (ok, tem 14 salas de cinema, hahaha). É mega tranquila, bem interiorana mesmo. Porém, ela dá de 10 em infraestrutura em comparação aonde nasci – Itatiba (SP), com mais de 100 mil habitantes atualmente. Aqui as ruas são mais largas (e sem buracos!), o trânsito é organizado (e sem motoqueiro te cortando!), a segurança nem se fala (quando acontece algum acidente, por mais bobo que seja, aparecem umas cinco viaturas) e há comércios de todos os segmentos que se pode imaginar – e olha que o setor forte é a agricultura! Tanto que estou rodeada por muito verde e tenho por perto desde a praia até a montanha com neve (existem muitos parques para fazer trilha/caminhada). A paisagem natural realmente impressiona!

Outra curiosidade é com relação à nossa aceitação pelos americanos – e disso não tenho do que reclamar. Logo no primeiro final de semana da minha mudança os colegas de trabalho do marido marcaram um jantar para me conhecer. Todos foram acolhedores e tinham paciência com meu inglês limitado, kkkkkk. Mas o que posso dizer é que eles não são calorosos como nós, brasileiros. Por exemplo: sinto falta de sair com os amigos no final de semana, sabem? Naquele esquema de ir ao restaurante junto ou se reunir em casa mesmo... Eles são mais reservados e não têm este hábito de se encontrar com tanta frequência como nós (é mais em datas comemorativas ou quando tem jogo de futebol americano, que eles são vidrados). Então até hoje temos pouquíssimos amigos. 

Por outro lado, já que aqui é cada um na sua, não tem vizinho fuxiqueiro, sabem? Quando a gente se esbarra na rua nos cumprimentamos com acenos e sorrisos, mas para falar a verdade sei o nome de apenas alguns, haha! Como estou por essas bandas há “apenas” quatro anos, não conheço muitas pessoas...

Não poderia encerrar este post sem mencionar uma dúvida recorrente dos amigos durante minha recente viagem ao Brasil: Camila, você está com medo por conta das novas leis de imigração que o Donald Trump implantou? A verdade é que, como desde 2016 tenho o green card – cartão emitido pelo governo americano que me autoriza trabalhar e residir legalmente aqui –, não tive problemas para entrar/sair do País e não tem motivo algum para eu ser afetada, já que minha situação sempre foi legal (e ele quer deportar os imigrantes ilegais, afinal). Acredito que enquanto as relações com o Brasil forem neutras posso dormir tranquila, haha.

Gostaram deste meu relato sincero? Ainda vou escrever sobre outros tópicos, como alimentação, plano de saúde e gastos em geral! Até lá, vocês podem reler outros posts que fiz sobre a vida na terra do Tio Sam clicando neste link e neste link

Um beijo e obrigada pela visita!

Comentários

  1. Conta pra nós sobre aposentadoria nos EUA, isso não te preocupa? Estou pensando em ir para Portugal (meu marido é português), mas confesso que estou preocupada com o futuro, já que tenho 38 anos.

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    1. Oi, Débora! Puxa, que pergunta difícil... Não faço ideia de como funciona essa questão da aposentadoria aqui! Não parei para pensar sobre isso ainda porque meu foco é outro agora, então infelizmente fico te devendo essa informação! De qualquer maneira, obrigada pela visita e comentário =)

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  2. Acredito que existam diferenças de acordo com cada região dos EUA. Acabo de voltar de uma temporada no Norte da Califórnia e vivência encontros frequentes entre amigos e vizinhos: coquetéis ao final do dia, bate papos e almoços aos finais de semana. Os esportes locais também fazem com que os vizinhos estejam reunidos em casa ou nos estádios. Como Brasileira fui sempre bem recebida e me senti em casa! :)

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    1. Eu concordo com você, Carol. Por isso relatei a minha experiência pessoal vivendo no noroeste dos EUA. Tenho certeza que se um dia mudar para outra região relatarei outros costumes e tudo mais, assim como ocorre no Brasil (haja diferença do Nordeste pro Sul). E que bom que você é sempre bem recebida aqui na América =)

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  3. Adorei!!! Eu quero muito ir morar fora. Nao necessariamente nos Eua. A empresa do meu noivo nao está na melhor epoca, mas ele não quer desistir. Rs...Deve ser gostoso um novo ar, novas experiências.. adorei o post. Bjs

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    1. Olá! Fico contente de saber que gostou do post! Realmente é uma experiência única, pois a visão de vida e de mundo muda completamente. O que posso dizer é: se tiver oportunidade, agarre-a! Na pior das hipóteses dá sempre para voltar ao Brasil!
      Obrigada pela visita e comentário (e deixe seu nome da próxima vez, pois adoro saber o nome de quem acompanha o blog)!

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  4. Oi Camila!! Adorei o post e principalmente sua coragem de começar uma vida nova longe do Brasil. Parabéns mesmo!! Vou passar por essa experiência em breve, depois vou contando os detalhes. Será nos Estados Unidos, mas em NY, uma cidade fascinante!! Claro que dá um aperto no coração, mas já estou em uma fase diferente na minha vida, poderia ser sua mãe. Vou acompanhando seus posts e mais uma vez parabéns pela determinação e boa sorte sempre!! Beijos

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    1. Ô Marcia, muito obrigada pelo carinho! Fico contente que você terá oportunidade de viver esta experiência tão enriquecedora também - ainda mais em NY! Não tem como não amar essa cidade, né?! Boa sorte e tudo de bom nesta nova empreitada! Um beijo e obrigada pelo comentário =)

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  5. Adorei. Devo confessar que realmente é muito gostoso de ler esses posts. Não sei por quê. É diferente e você é uma pessoa próxima da gente, não é como ver uma entrevista na TV. Muito legal. Adorei. E quero ver os próximos.

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    1. Eeeeee, muito obrigada pelo carinho e apoio de sempre, amiga! Você me conhece fora do blog também, então já sabe um pouco mais da minha vida aqui, mas acho legal compartilhar até as coisas mais bobas, né?! Mostra o quanto viver nos EUA tem as suas dificuldades - e não é tudo perfeito como muita gente idealiza! Um beijo e aguarde o próximo post - em que o assunto "dinheiro" será protagonista!

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